sutilezas do existir

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A Antropologia

Essencial do Corpo

A Antropologia Essencial do Corpo

 

Publicado em: 13/08/2014

O corpo não mente, entretanto, ele representa em sua completude a escritura de argila que somos. Nesse contexto, observo que os estudiosos da antropologia essencial pontuam que o nosso corpo tem uma vida incorporada i, é., o nosso código mais intenso: fala, sente, comunga e, de modo dócil e eloquente, interpreta o significado das doenças e do prazer que anima as suas partes. Logo, nele nada é esquecido porque em cada acontecimento vivido na primeira infância e na vida adulta deixa marcas indeléveis no interior do nosso corpo e, consequentemente, os seus acordes ficam registrados em nossa pele que é de fato a memória mais arcaica, enquanto mapa sutil.

Imagino até que, nesse desabrochar de sutilezas, a mensagem Transpessoal é dirigida ao ser humano fragilizado em completude e igualmente ao terapeuta, cujo papel nessa travessia sagrada é acompanhar este corpo que somos, não somente como um curador, mas um companheiro de viagem que mantém em sua prática o apoio, a escuta científica e a sabedoria tal qual os Terapeutas de Alexandria que através do seu ofício espiritualizado, amoroso e buscador cuidavam dessa antropologia essencial considerando em sua essência o físico, o psicológico e o espiritual.

Nesse contexto, pelas travessias sagradas, observe na íntegra a concepção de Wilhelm Reich, um dos precursores da Psicologia Transpessoal quando postula que o nosso corpo físico configura em sua sintonia universal um “inconsciente visível” e ainda representa em sua completude a memória primordial, nosso órgão mais intenso, enfim, a ponte sensível para as outras dimensões do planeta Terra. O contato com o mundo e com o abismo, os companheiros nos quais nos aventuramos pelos labirintos encantados da condição humana para o mergulho no desconhecido. Enfim, esse “inconsciente invisível” do qual o cientista se refere convidando-o a escutar, não somente outras palavras e ou outros acordes, mas a si próprio, à moda dos povos antigos que durante o existir observavam os mistérios do firmamento recheado de questionamentos e indagações.

De fato, nessa sintonia pelas coisas sagradas fica compreendido que o primitivo olhava o mundo à sua volta, ouvindo o ribombar dos trovões, o deslizar das chuvas nos lajedos, os clarões do sol, da lua e das estrelas sincronizados com a natureza circundante para entender melhor as suas origens. E como num passe mágico ele encontrou as respostas compatíveis com os seus questionamentos, através das plêiades de luz numa sábia posição de lótus. Enfim, foi no silêncio dos seus corpos físicos sutis ou ainda com o apoio da mente desperta que o homem primitivo descobriu na imensidão do universo, que poderia ver além materialidade, ou seja, fechando os olhos e meditando para perscrutar a origem de tudo em seu próprio espírito. Portanto, observe, ao final desse texto, as conexões quânticas do físico David Bohm: “a meditação é uma forma de acesso à dimensão oculta ou ordem implícita de sua teoria holográfica do Universo. Bentov sustenta que somos toda arte de um imenso holograma denominado criação, em que cada mente cria sua própria realidade num fantástico jogo cósmico. Tudo que existe é você e o Universo, unidos em uma rede cósmica de interações dinâmicas em que a parte é o todo. Você e o Universo constituem uma totalidade, uma realidade indissolúvel. Ou seja: você é o Universo! (di Biase, 1995)".

 

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